Dioniso seus leões desencilha
E, em uma Naxos em que brilham
Fios das lâminas de treinos e combates,
Obstinadamente ele trilha,
Como os piratas que pilham,
Para descobrir desta jóia, qual o valor do quilate.
Se a tomará como sua
Ou se a tomará por resgate.
Mas quando enfim chega perto
A Ariadne adormecida na areia,
Toma o mar por deserto
E o sol por centelha
Tamanho é o esplendor
Que a mulher, ali, lhe causa
Que a tesouro qualquer ela humilha,
Brotando das areias da ilha,
Hipnotizando Dioniso de amor.
E, assim, sem conseguir dizê-lo,
Dioniso, o exímio cantor,
Ao corpo de Ariadne dedilha
Como se fora uma lira
E ele, o único tocador.
Considera-a bem mais que uma rainha
E lhe procura o anel de selo
Para descobrir-lhe a família,
Para descobrir de qual vinha
Ele ainda não era o senhor.
Embora os dedos não possam dizê-lo,
Dioniso não perde a esperança
E lhe procura a coroa.
À cabeça de Ariadne ele alcança
E talvez, sem o querê-lo,
Mas para tramar esta loa,
Desfaz-lhe a trança do cabelo.
leoniaoliveira
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