sábado, 15 de dezembro de 2007

Negros chapelões e sois de brincadeira
Brincam nos seios incandescentes.
Eu me deitara sobre as vestes sujas
De algum iconoclasta.
Trementes minhas costas sobrepunham-se
Às planícies em disparada.
E eu, posta em brasa,
Voltara acessa do rompimento dos meus seios,
A despeito de minha estadia.


®leoniaoliveira
e eu nem sei

sobre a sede,

sobre a faca

sobre a mesa

esperando o pão,

que espera a

mesa para

quem tem

sede e entra

em casa

esperando

achar uma faca,

sobre a mesa

e um pão com

sede de espera,

de casa e

casar o pão

com a mesa,

enquanto lá fora

rinocerontes esperam

suas asas e o

desafio fia o

pão que entrará

na casa depois,

para se depositar

sobre a mesa e

esperar que entrem

aqueles que sentem

à mesa

com sede,

enquanto lá

fora rinocerontes

cantam com

suas asas

e o

desafio fia

o novo pão

para a mesma

mesa que

espera o

pão e a

sede dos

que entrarão

na casa.

e o meu amor

é mais que

um rinoceronte

com asas cantando

no jardim.

é o jardim

e a casa e

a mesa e o

pão que espera

nossa entrada,

na casa

que espera

com sede nossa entrada.


®leoniaoliveira (in Trigo all rights reserved)


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

CEREJA

Vou compor uma cereja,
Fruto de igual teor,
Beleza.
Meu anexim
Tem um dito programado
E é bendito
Todo amor em que acredito.

Às vezes penso que você
Todo dia pensa em mim

Às vezes penso que você
Todo dia pensa em mim



®leoniaoliveira

VENDAVAL

Cavalgado Cabelun
Subia a serra,
Trazia no lombo um
Passo de guerra.
E a cidade ficava lá,
Dois metros depois do Deus dará.
Protegida das torres da igreja
Que zombavam de Cabelun
Por seu despudor,
Invadir a cidade de cereja
Um herege, um algum
Servo do tentador.
E veio o vento que veio,
Calar a boca do sino,
Meteu o pé no esteio
Desconjurou menina e menino.
Deixou a cidade de perna pra cima,
Campeando a saia a lhe sair do ventre.
Cabelun roçou a vida,
Fez chacina comeu os olhos
De azul descrente.
E foram homens rodando,
Azulejos, supositórios, despostórios,
Leis, legisladores e maravilhas
Eletrônicas roubadas.
Só ficou a torre de cimento
A proteger os desditos,
Cumprindo o juramento que fez c’o Santo Bendito
Umas rimas e poemas loucos,
Espalharam-se ao vento,
Gritando que era pouco
Deixassem o mundo ao relento.
Estrebuchando Cabelun
Fugiu de vista,
Deixando cheiro de algum
Sonho egoísta,
Arrotou bravatas nas gravatas,
Nos escritórios modernos,
Arrastou dinheiro dos bueiros
Em casas de ternos.
Somente a torre esquecida,
Na cidade qualquer do mundo,
Lambia o sangue das feridas
Com seu suspiro profundo!


®leoniaoliveira

sábado, 8 de dezembro de 2007

tenho um barco no bolso & 1 poema no jardim. além do que tenho um barco no bolso e em mim um mar que além de mim ainda é mar e depois tenho um barco no bolso e em mim.

®leoniaoliveira

A NOITE FOI FEITA PRA CRIAR

A noite foi pega pra criar
A noite toda
A noite vai nos precisar
Uma noite toda.
Olha essa viagem
Olha teu paletó
Deixei minha bagagem
E um gosto de abricó
No meio da noite.
A noite também
Dirá amém
Direi amém
Serei também
O teu neném
À noite.
Olha por esse amor,
Rega esse amor
De vez em quando.
Aguarda a noite passar,
Aguarda a noite chegar.
E quando a noite aguardar
Espera a noite acabar.
Pensa que a noite tem
Medo da noite que vem
E vai fingir seu desdém
Fazendo que não vai passar.
A noite foi pega pra criar.
Olha essa viagem
Olha o nosso amor
Olha essa vertigem
Olhar de fiador.
Pensa que a noite não tem
Como encarar o seu bem
E vai demorar
E vai não passar
E vai nos criar.
®leoniaoliveira