sábado, 23 de fevereiro de 2013

ASTROLÁBIO - LANÇAMENTO OFICIAL NO 27° SALÃO INTERNACIONAL DE GENEBRA






CONFIRMADO: FESTA DE LANÇAMENTO OFICIAL EM GENEBRA


Para os puros e mansos de coração, independente de qualquer moral imposta.

Para os verdadeiros de alma, os que sabem ser responsáveis pelas rosas.

Para os jardineiros que amam as flores sem saber o valor que elas têm, se têm, amam apenas pela beleza da flor e pelo instinto natural do cuidado.

Para os que não têm medo de serem sinceros, de serem julgados por serem sinceros, que não se utilizam da bondade humana para tirar vantagens e não desonram a raça humana com artifícios, que, mal sabem, poderiam ser nem lembrados.

Para as personagens descritas nas letras das minhas músicas que contam suas histórias me fazendo cantar.

Em especial, para minhas amigas e amigo:
VivianePasquier, FernandoCanova, ArelineFatiga, AlessandraSilva,  KarinaSonic e
IrmãSelita (in memorian)
Vocês são parte da minha alma.Quantas vezes já a salvaram!

E para todos que me casaram, um dia ou outro, com a arte, salvando este amor eterno tantas vezes.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

LADRÕES DE ESTAÇÕES


Vejo em mim
Que minha estação
É lua cheia,
Não estou em época de plantio.
Em novembro havia em mim
Tanta primavera
E eram ricos os mananciais.
Por que deixei se aproximarem de minhas flores
Os galhos secos  despidos de flores
E que, até então,
Só conheciam da água o visgo violento
Das curvas dos rios?

Vejo em mim
Que queimei o verão
Em praias que eu sabia serem duvidosas
E, mesmo assim – por que não? –
Eu lhes garanti o sol e o sustento
E a possibilidade de terem turistas
Por todo um verão.
Em dezembro se fez o outono
Rico em seiva
E alimentei
Os galhos secos que não podem
Se erguer mais,
Que não podem sofrer
Uma transfusão de seiva,
Que nunca souberam o que é seiva,
Mas que ávidos beberam
Da seiva farta
Do meu seio farto e doce,
Como vampiros que bebem o sangue de menarcas
Sabendo nunca saciarem suas sedes
E que suas asas podres só voam
Por conta do sangue alheio.

Quando amanheci
Na lua nova,
Já é inverno:
Encho minha banheira feita de sal
Com água quente
Para aquecer meu útero,
E me sentir de novo em útero seguro.
Recupero a energia
Que a ti mantinha
E que agora não tens mais.
Quando, na crescente, o primeiro galho rachar
Tu saberás o que é
Não poder contar com a minha primavera.
Torno a ver-te em uma hospedaria mísera
Sem sangue e sem sal,
Foto indistinta de uma luz amarelada...

Não é meu inverno época de plantio,
Mas de retomada.
Não me fazem falta as estações puladas,
Delas sinto apenas o ardor confuso
Causado pela diferença dos fusos horários
Que o sol estabelece entre as estações.
Nunca me farão falta estas estações,
Só as pude dar porque era o que havia em meu coração.
Dele, também, tiro as fibras para a roupa deste inverno de fevereiro
Coso as veias do sangue que se doava
Para curar tua leucemia emocional,
Fecho meu campo magnético
Que fluía para tentar fechar
As chagas do teu desespero.

Vejo em mim que
Eu sabia que tratava com corsários,
Mas não sabia que havia ladrões de estações.

©leoniaoliveira (all rights reserved in TRIGO)

domingo, 3 de fevereiro de 2013

COMBOIO


Há moças em comboios,
Sabotadas por seus pais.

Este trem passa ligeiro
Não há carinho
Em seus trilhos
E, se acaso deste abuso,
Tiveram filhos
Que filhos seus filhos terão?

Há moças em ventanias
Jogadas por suas mães.

Esta ventania é suja
Entra areia no olho
E os olhos de suas mães
Nunca quiseram ver
Ou gostavam do que viam.
Que mãe seriam as mães destas filhas?

Há moças em vilarejos
Trancafiadas por seus parentes.

Este vilarejo dá arrepio
Tem um segredo aberto
Numa vala de água podre
E na vala estão os parentes,
Bebendo da água podre,
Usando macacões de ferro
Para calar-lhes a boca.
Que parentes seriam parentes
De moças trancafiadas?

Há moças na correnteza
Afogadas por seus irmãos

E esta correnteza não possuiu barulho
Corre rápida,
Impetuosa,
Volumosa
E se as moças acaso falam
A correnteza lhes afoga a voz.
Que irmãos teriam irmãos
De moças com bocas surdas?

Há moças deitando nos trilhos
Postadas por suas mães

Cortando as pernas os trilhos,
Cortando os cabelos os trilhos,
Cortando os sonhos os trilhos,
Cortando a mentira de ser filho
De uma mãe com mãos
De aço,
Que a desliza nos seus corpos
Como que sentindo asco.

Há moças enclausuradas
Nas prisões de suas mentes

São mentes que brilham às vezes
Às vezes lembram demais
Às vezes gritam que mentem
Às vezes ainda sentem
Às vezes mentem
Não mais.

©leoniaoliveira