segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Eu tenho uma tenda
É bem isso que tenho
Eu sou a própria bagagem de mim.
Músicas, poemas, romances,
Muitas se perderam pelos lugares por onde andei,
Mas eu tenho a mim.

Eu tenho sangue cigano
Segundo me conta a lenda
E também tenho sangue
Judeu, africano, ibérico, indígena.
Eu não me pareço com meu sangue
Minha geografia é confusa,
Mas eu conheço os caminhos.

Eu tenho uma tenda
E tenho sangue cigano
Eu não preciso de cartas
Para ler o futuro
Eu não preciso de mapas
Para acertar o rumo.
Eu não preciso de cartas náuticas para navegar
Eu enxergo as estrelas mesmo quando o céu está nublado.

Eu tenho uma tenda
Por isso sou livre
Eu não me apego às coisas que tenho,
Às coisas que tive,
Eu me apego a mim.
Nem mesmo me apego a esta tenda
Posso muito bem viajar sem ela,
Eu sou minha própria bagagem.

®leoniaoliveira

Um comentário:

JuANiTo disse...

Muito bom!
Excelentes versos!
Gostei!