domingo, 24 de novembro de 2013

CÃES DE SERRARIA


A noite torce seu rosto
E se apresenta distante
E enquanto eu olho pro moço
Me aparece um gigante
Vestido de verde e rosa
E na orelha diamante
Sentado e todo prosa
Faz de mim seu falante
Ele diz que não consegue
Entender a patifaria
Nem mesmo ele consegue
Entender o que seria
Se ela tivesse lógica
E não tivesse surtado
Mas se ela tivesse lógica
Um dia teria falado?

 

Se ela tivesse falado
A verdade muito óbvia
Óbvio não teria surtado
E por um dedo de prosa
Poderia ter confessado
Que me roubou alguns dias
Em outros tentou roubar
Além do que devia
Mas se fosse confessar
Quem mais nela acreditaria?
Então se põem a ladrar
Feitos cães em serraria
Que cospem o paladar
Porque não conhecem a iguaria.
A calúnia é um ataque
E uma defesa também
Ataca-se ao que não late
E morde-se a quem fez o bem.
Esse moço gigante, então,
Se levante e segue adiante
Beija a minha mão
E vê meus diamantes
Ri com dentes claros
E ri com profusão
Diz-me que não é raro
Quem da mentira faz crença.
Digo-lhe que pelo faro
Sei reconhecer a doença.


leoniaoliveira® (all rights reserved)

Nenhum comentário: