segunda-feira, 8 de outubro de 2012

( descida de Dionisio em Naxos em O FIO DE ARIADNE)

Dioniso seus leões desencilha

E, em uma Naxos em que brilham

Fios das lâminas de treinos e combates,

Obstinadamente ele trilha,

Como os piratas que pilham,

Para descobrir desta jóia, qual o valor do quilate.

Se a tomará como sua

Ou se a tomará por resgate.

Mas quando enfim chega perto

A Ariadne adormecida na areia,

Toma o mar por deserto

E o sol por centelha

Tamanho é o esplendor

Que a mulher, ali, lhe causa

Que a tesouro qualquer ela humilha,

Brotando das areias da ilha,

Hipnotizando Dioniso de amor.

E, assim, sem conseguir dizê-lo,

Dioniso, o exímio cantor,

Ao corpo de Ariadne dedilha

Como se fora uma lira

E ele, o único tocador.

Considera-a bem mais que uma rainha

E lhe procura o anel de selo

Para descobrir-lhe a família,

Para descobrir de qual vinha

Ele ainda não era o senhor.

Embora os dedos não possam dizê-lo,

Dioniso não perde a esperança

E lhe procura a coroa.

À cabeça de Ariadne ele alcança

E talvez, sem o querê-lo,

Mas para tramar esta loa,

Desfaz-lhe a trança do cabelo.

leoniaoliveira

Nenhum comentário: