quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Eu frequento tabacarias e atravesso a rua comendo chocolates. E, sinceramente, gostaria de ter escrito este poema.

Nunca fui de assistir muito teatro, mas de fazê-lo. Embora as comédias me atraiam mais, o drama é mais poético.

Gosto de Fernando Pessoa, de ele ser mais de um, de se fazer personagem para fazer poesia e estes dias vi um homem dizendo "Fernando Pessoa não tinha imaginação" dizia isto porque quando Pessoa falava da Tabacaria, aquilo tudo estava acontecendo. Achei tanta ignorância nesta afirmação que escutei a entrevista inteira.

Talvez se Fernando Pessoa dissesse: Tenho um rinoceronte que come chocolate enquanto lê a plaqueta da tabacaria, o estudioso (assim se denominava o tal) pudesse achar alguma imaginação em Pessoa.

Mas qualquer um pode escrever sobre rinocerontes que leem plaquetas. Pessoa, coitado, "só" tinha imaginação para criar outros eus.

Criar a história inteira de um personagem e cria-lo poeta. Coisa bem pouca, a se considerar rinocerontes brancos que, sem ter o que fazer, se põem de estudiosos pessonianos, imaginam-se Camões, e  falam  que Fernando não tinha imaginação.

leonia oliveira

2 comentários:

Jeferson Cardoso disse...

Ei, mas eu tenho um rinoceronte branco que lê pessoa enquanto cheira rapé e devora barras de chocolate “º~º” [Aceita um beijo? Caso sim, beijo!]

Jeferson Cardoso disse...

Ei, mas eu tenho um rinoceronte branco que lê pessoa enquanto cheira rapé e devora barras de chocolate “º~º” [Aceita um beijo? Caso sim, beijo!]...